Rafael Galvão

Um pouco de nada, e nada de muito importante.

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

A vingança dos normais

Nos últimos anos eu vinha ouvindo um ditado engraçadinho que só não era mais chato que os óculos de quem contava.
         "Trate bem o nerd, porque ele será seu chefe amanhã."
         Agora, anos depois, tenho o prazer de sugerir à nerdada que seus dias de glória estão acabando.
         O ápice do nerdismo se deu quando houve a última grande ruptura tecnológica, graças à tecnologia da informação, e aquela classe antes desprezada por qualquer pessoa que tivesse um mínimo de traquejo social alcançou uma posição de importância desmedida. De humilhados na sala de aula, de vítimas de trotes sem graça, o pessoal das risadinhas esquisitas sobre assuntos sem graça foi alçada à posição de -- Deus me perdôe -- modelos sociais.
         Mas em um mundo cheio daquilo que o Peter Drucker chama de "técnicos da informação", ser nerd traz cada vez menos vantagens. É ser mais um na multidão. É disputar o mesmo mercado com gente normal cujos conhecimentos técnicos se aproximam cada vez mais dos deles.
         O mundo está voltando ao seu lugar, e nós também. Não vamos mais ter que agüentar bobões vestidos de Darth Vader. Não vamos mais ter que ouvir explicações filosóficas sobre a Enterprise. Não vamos mais ter quer ler notícias como esta. "Zen e a Arte de Manutenção de Motocicletas" vai voltar a ser só um livro chato.
         A vingança dos unnerds se aproxima.

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