Rafael Galvão

Um pouco de nada, e nada de muito importante.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Também estrelando

Eu sinto uma imensa pena quando leio os créditos de um filme, qualquer filme.

É quando rolam tela acima os nomes dos atores secundários, aqueles que fazem pequenos papéis. Não me refiro aos extras, multidão informe sem passado ou futuro, mas àqueles cujos nomes aparecem em décimo quinto, em vigésimo lugar. Sempre presto atenção aos créditos em filmes antigos. Dificilmente reconheço algum daqueles nomes; e raramente os vejo mais que uma vez.

Para todos eles, aquele pequeno papel deve ter significado um sopro de esperança. Depois de anos lutando por um lugar ao sol, eles finalmente conseguiram. Pode ser apenas uma fala; é mais do que conseguiram até então.

Infelizmente, geralmente é também mais do que conseguirão a partir dali.

O que deveria ser o ponto de partida para uma carreira brilhante, na maior parte das vezes, é apenas o ápice de uma trajetória que jamais irá a lugar algum. Para a maior parte, Hollywood jamais oferecerá mais que aquilo. Continuarão servindo mesas enquanto esperam por uma carreira que jamais se concretizará.

Hollywood é normalmente descrita como a fábrica de sonhos, com razão. Mas há o outro lado, o lado dos sonhos destruídos, dos fracassos lentos repletos de rebates falsos. E isso é mais tragicamente humano do que qualquer conto de fadas nas telas.

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