Rafael Galvão

Um pouco de nada, e nada de muito importante.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Afundando o Titanic

Eu assisti a "Titanic". Duas vezes. Nas duas, fui para fazer companhia; saí do cinema impressionado com o artesanato brilhante do filme e com o clichê que era o seu roteiro, e fazendo comparações injustas com "Encouraçado Potemkim".

Mas da segunda vez, de saco cheio por estar ali, precisei recorrer a pequenos estratagemas para suportar as quase 3 horas de filme.

Perto do final há uma cena melosa -- mais que a média -- em que uma mãe coloca seus filhos para dormir sabendo que é a última vez. Corta para o navio praticamente na vertical, com as pessoas despencando e se estabocando nas ferragens navio abaixo.

Fiz minha própria sonoplastia: "Ai! Ui! Ai, aí não! Plaft! Ploft!"

Do meu lado uma menina de seus 11 anos, em prantos, me olhava com todo o ódio de que uma criança é capaz.

Acho que naqueles poucos segundos destruí naquela menina quaisquer vestígios de fé no gênero humano.

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